Resenha: Fragmentados - Só porque a Lei diz, não significa que é verdade

 

 Olá capivarianos, hoje vamos falar um pouquinho sobre o livro "Fragmentados" (em inglês "Unwind") de Neal Shusterman. Lançado, aqui no Brasil, pela editora Novo Conceito em 2015.
   Em um mundo pós-guerra de Heartland, que dividiu o mundo em Pró-vida, pessoas contra o aborto, e Pró-escolha, pessoas que acreditam no aborto como uma opção, o único jeito de chegar a um acordo após grande destruição foi criando a Lei da Vida. Esta lei assegura o "aborto retroativo", onde nenhuma vida humana pode ser tocada desde a concepção até os 13 anos de idade porém, dos 13 aos 18 anos os pais podem escolher abortar a criança, numa prática chamada de "Fragmentação". A Fragmentação é um processo onde um ou mais órgãos são removidos para salvar outra pessoa ou para serem vendidos já que desse jeito a criança continuaria "vivendo" através de outra pessoa, assim satisfazendo os dois lados.
   No livro, três adolescentes destinados a Fragmentação: Connor, Risa e Lev, se unem para tentar escapar esse destino, fazendo uma viagem alucinante pelo país para tentar sobreviver até seus aniversários de 18 anos, idade na qual a Fragmentação passa a ser proibida.
   É narrado em terceira pessoa, com capítulos pequenos e centralizados em determinados personagens, assim se têm uma boa ideia do que está passando na mente de cada um, a trama é bem impactante e cheia de aventura, além de tratar do assunto atual de aborto de uma maneira única.


   "Fragmentados" vai te deixar com muitos questionamentos e reflexões, principalmente sobre a importância da vida e o direito que cada um tem sobre ela. Mesmo que essas crianças ainda não tenham maioridade, elas deveriam ter o direito de escolher o que fazer com o próprio corpo mas, neste livro, são os adultos que decidem mesmo que não sejam seus pais. Nesse mundo, se você teve um filho mas não quer cuidar dele até seus 13 anos, você pode simplesmente deixá-lo na porta de alguém e essa pessoa é obrigada, pela Lei da Vida, á cuidar dela. O caso de Lev é ainda pior, ele é um "dízimo", o décimo filho concebido para a Fragmentação já que a Bíblia diz que se deve doar 10% de tudo que produz para Deus, e sua família é extremamente religiosa.
    Além disso, este livro mostra como a maioria das pessoas podem ser coagidas a aceitar uma lei que vá contra os direitos humanos a troco do benefício de uma parte da população, neste caso a mais rica que pode sustentar mais filhos e comprar os órgãos de outras crianças Fragmentadas.
   Recomendo muito a leitura, por isso não vou falar mais sobre a história para não acabar contando mais spoilers, e para os que gostam de cinema: O autor já vendeu os direitos autorais do livro, então  vocês já podem esperar um filme nos próximos anos!
    O livro "Fragmentados" está disponível na grande parte das livrarias brasileiras, tanto em versão física como em e-book. No site da Amazon, no entanto, você pode dar uma lidinha antes de comprar.
    Deixem o que acharam da resenha ou do livro, se vocês já leram, nos comentários.
    Até a próxima viagem!
 

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